A atuação do Hospital Regional do Cariri (HRC) vai além de ser uma referência em trauma na região do Cariri. Durante o Agosto Lilás, mês dedicado ao combate de várias formas de violência contra a mulher, a unidade se empenha em compartilhar mensagens impactantes. Coordenadoras, diretoras e assistentes sociais dos principais órgãos de acolhimento a mulheres vítimas de violência na região caririense uniram suas vozes para transmitir recados essenciais.
Além das mensagens que ecoam pelo sistema de áudio durante as visitas, o HRC promove rodas de conversa, blitz educativas e outras atividades, todas visando reforçar a conscientização e prover informações para a prevenção da violência contra a mulher.
As ações do Agosto Lilás no HRC culminarão em um evento no dia 30 de agosto, a partir das 9h. Nesse encontro, voltado para os profissionais de saúde da região, será abordado o atendimento humanizado para mulheres em situação de violência. O evento ocorrerá no auditório do HRC e contará com a participação de representantes dos principais serviços de apoio a mulheres vítimas de violência no Cariri.
A Coordenadora do Serviço Social do HRC, Amanda Séfora, ressalta a importância de criar um ambiente acolhedor e sensível para as mulheres que buscam enfrentar a violência. Ela enfatiza que nem todas as vítimas compartilham sua situação, muitas vezes omitindo ou alterando os relatos por medo ou vergonha do agressor.
O Hospital Regional do Cariri, conhecido por ser referência em trauma na região, não apenas no âmbito adulto, possui uma equipe capacitada para acolher as vítimas de violência. Esse time multidisciplinar, composto por enfermeiros, técnicos de enfermagem, cirurgiões bucomaxilofaciais, médicos, psicólogos e assistentes sociais, possui um olhar sensível para identificar quando as lesões não correspondem aos relatos das vítimas. Quando isso ocorre, o Serviço Social é acionado, proporcionando um espaço de acolhimento, seja no próprio leito ou em uma sala privativa, para investigar a veracidade da agressão, mesmo que a vítima tente ocultar a informação.
Desde 2003, os serviços de saúde no Brasil são obrigados a notificar casos de violência contra mulheres atendidas. A Lei Federal 13.931, que entrou em vigor em março de 2020, reforça essa obrigatoriedade e estipula que essas notificações devem ocorrer em até 24 horas.
O HRC enfatiza que todas as informações fornecidas pela paciente ou seus familiares são mantidas em sigilo. A divulgação para a polícia acontece apenas em situações de risco iminente para a vítima ou sua família, seguindo as diretrizes da Lei e da portaria do Ministério da Saúde. Nesses casos, a identidade da paciente ou responsável deve ser compartilhada previamente com eles.
Além do atendimento hospitalar, o Serviço Social do hospital também facilita o encaminhamento das mulheres aos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas) e Centros de Referência de Assistência Social (Cras) de suas respectivas cidades, caso seja de seu interesse.